|  Índice :: Marcha do Orgulho Gay, Lésbico, Bissexual e Transgender - Lisboa 2008 | 

28 Junho, Lisboa, Portugal
16:00
Marcha do Orgulho LGBT* de Lisboa (*Lésbico, Gay, Bissexual e Transgender)

organização | APF + ilga portugal + janela indiscreta + médicos pela escolha + não te prives + panteras rosa + sos racismo
apoios | portugalgay.pt + rede exaequo + clube safo + umar 
Sob o lema "Fracturante é a discriminação!", vai realizar-se a 9ª Marcha do Orgulho LGBT de Lisboa.
Desta vez o percurso terá início no Príncipe Real, às 16h00 do Sábado 28 de Junho.
Até lá!
* ORGULHO por oposição a vergonha! Precisamos do orgulho, palavra que tanto parece incomodar a homofobia. Orgulho em sermos quem somos, orgulho por experimentarmos a homofobia e por não nos deixarmos submeter a ela, orgulho por oposição à vergonha para a qual a homofobia quer remeter-nos. O orgulho em ser LGBT merece ser celebrado.
Juntem-se a nós no próximo dia 28 de Junho para mais uma Marcha Nacional do Orgulho LGBT e mais um Arraial Pride e partilhem do orgulho em recusar o insulto. 
Manifesto 2008 - FRACTURANTE É A DISCRIMINAÇÃO
2007 é o Ano Europeu da Igualdade de Oportunidades para Tod@s (AEIOT) que pretende a luta transversal contra as várias discriminações, marcando as especificidades de cada uma.
O orgulho LGBT (Lésbico, Gay, Bissexual ou Transgénero)
  existe por contraponto à vergonha que o preconceito e a discriminação
  tentam impor-nos. Temos orgulho porque, por entre o insulto, fomos capazes de
  descobrir a nossa identidade e temos orgulho porque somos capazes de a afirmar
  contra os armários do silêncio, do medo e da invisibilidade. Porque
  a rua é o palco de todas as lutas e da celebração
  da diversidade e da visibilidade dos nossos amores, queremos mostrar
  que a orientação sexual e a identidade de género não
  nos diminuem nem nos tornam melhores seres humanos. 
E estamos orgulhosamente acompanhad@s por todas as pessoas que se preocupam
  com os direitos humanos e que lutam contra a discriminação
  sexista, homofóbica, transfóbica, ou racista e xenófoba,
  que limitam a nossa democracia. 
É que o direito à cidadania plena independentemente
  da orientação sexual e da identidade de género
  não é uma “questão fracturante”. “Fracturante”
  é a discriminação na lei e na sociedade que remete
  as pessoas LGBT para uma cidadania de segunda. 
Queremos uma sociedade que reconheça a diversidade de modelos familiares
  com iguais oportunidades perante a lei. Porque a família é uma
  escolha livre dos indivíduos, lugar para a partilha de afectos e de vidas
  em comum e porque o Estado não pode privilegiar nenhum modelo em detrimento
  de todos os outros. 
  Por isso exigimos que se cumpra a Constituição no seu 13º
  Artigo e que o casamento civil deixe de ser uma possibilidade exclusiva para
  “pessoas de sexo diferente”, que a possibilidade de adopção
  e acolhimento de crianças seja alargada para todas as pessoas e casais
  com condições materiais e afectivas para delas cuidar, que a inseminação
  artificial possa ser uma possibilidade para todas as mulheres que a desejem,
  independentemente da sua orientação sexual e de viverem ou não
  uma relação de casal. Porque as nossas famílias já
  existem e nada justifica que continuem fora da lei.
  “Fracturante” é por isso a actual
  discriminação na lei que recusa o igual reconhecimento das relações
  e projectos familiares das pessoas LGBT. 
Exigimos que sejam tomadas medidas legislativas que combatam eficazmente a
  desigualdade de género que persiste e, inclusive, se agrava no nosso
  país. Que as mulheres possam ter acesso, em condições de
  igualdade, ao trabalho e ao espaço público. Que a violência
  e a discriminação de género sejam erradicadas definitivamente.
  
  Exigimos ainda que a identidade de género seja contemplada no Principio
  da Igualdade constitucional, que se tomem iniciativas legais que reconheçam
  a autodeterminação das pessoas transsexuais e transgénero,
  que facilitem os processos de adaptação do nome e do sexo nos
  documentos de identificação, que agilizem os procedimentos médicos
  de adaptação do corpo. 
  “Fracturante” é a actual lacuna legal que obriga as pessoas
  transsexuais e transgénero a viver um longo processo médico e
  judicial, que perpetua a discórdia entre a aparência e os documentos,
  causando várias discriminações no acesso à educação,
  ao trabalho, e à saúde.
Não esquecemos que o Estado tem responsabilidades particulares no perpetuar
  da discriminação. Como por exemplo, através do Instituto
  Português de Sangue ao recusar as dádivas de homens que tiveram
  sexo com homens, com o preconceito a sobrepor-se a qualquer critério
  objectivo e a colocar mesmo em risco – para toda e qualquer pessoa que
  necessite de uma transfusão – uma triagem correcta da qualidade
  do sangue.
É fundamental apostar na prevenção activa do preconceito,
  com políticas que promovam a igualdade de género e combatam a
  discriminação e a violência em todas as suas formas. 
  É, pois, imperativo que agentes do Estado – de sectores fundamentais
  como a saúde, a educação, a justiça ou a segurança
  – recebam formação específica para que tenhamos uma
  sociedade plural e laica, que saiba viver em diversidade e que saiba combater
  as fracturas geradas pela discriminação. 
Temos todos o direito, e @s jovens em particular, a uma educação
  abrangente, inclusiva e realista. Uma educação em que finalmente
  se concretize a educação sexual e para a cidadania, suportada
  em conhecimentos científicos rigorosos. Uma educação estruturada
  de modo não heterossexista e que aborde as orientações
  sexuais e as identidades de género, possibilitando a prevenção
  das diversas discriminações a que somos sujeit@s no nosso quotidiano
  público e privado. 
Somos pessoas de muitas origens, convicções e diferentes
  saberes, mas hoje estamos juntas na rua com a cara levantada e a certeza de
  que o futuro só depende daquilo que soubermos fazer dele.
ver também: 
Mesmo dia 18:00 - 4:00 Arraial Pride 2008
edição do ano anterior